quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CATIVEIRO FEMININO: Mulheres, vitimas do modelo social do Império Midiático

CATIVEIRO FEMININO: Mulheres, vitimas do modelo social do Império Midiático 
Não leia se você não tem compromisso com a causa das mulheres.

Tenho refletido sobre a condição da mulher brasileira. Mulheres são as vítimas de um modelo de sociedade permissiva, exploradora, machista e manipuladora. Todos os dias meninas, moças e mulheres são colocadas contra o espelho: suas opiniões, sua aparência, seu corpo, sua sexualidade, seu comportamento, seus sonhos e desejos são manipulados pela mídia, pelos metrossexuais (beleza é fundamental!, como diria Vinicius de Moraes: como assim? Tudo se resume à estética? Não precisa ser inteligente?), pelas exigências culturais, sociais e até mesmo religiosas... Todos os dias, homens matam moças e mulheres com a alegação: "Se você não for minha, não será mais de ninguém"... Isto é o resultado de uma cultura do ter e do dominar. Mulheres são objetos pessoais e particulares? Não deveriam ser, mas a TV, a Mídia, o "Carnaval", o funk, parte dos religiosos dizem que sim. Tudo é resumido ao sexo e a condição sexual ou de gênero sexual... Mulheres não são um amontoado de carne ajustado sobre uma estrutura óssea... Mulheres, a culpa não é de vocês por serem criadas e exiladas neste sistema manipulador. Na verdade, há uma só escapatória, quem sabe duas. Fujam de opiniões prontas, consensuais, de comoção pública... Seja independente nas suas escolhas e não deixe a mídia moldar com quem você deve se relacionar, namorar, casar, ter filhos... Não deixe nunca ninguém explorar sua mente... Ouça bons conselhos de mulheres que têm experiência de vida e não ouça "mulheres" esteriótipos e catequizadas e manipuladas pelo glamour da riqueza, da mídia, do sucesso e baseado em mentiras capitalistas... Ou você imagina que mulheres ricas também não sofrem violência e constrangimento? Ouça a experiência de mulheres que têm realmente uma história de vida e não ouça mulheres que foram doutrinadas pelos mecanismos de exploração da identidade feminina. Se posso dar uma sugestão: Se relacione com pessoas que realmente você conhece. Não se relacione com ninguém que vive barganhando seus sentimentos, suas opiniões, sua sexualidade e seu modo de viver e ver a vida... Não entre em relacionamentos pelo susto, pela curiosidade aguçada por pressão imposta outras pessoas, para fugir da tutela de seus pais, pela imposição social que força o matrimônio e a maternidade à todas as mulheres... Veja os erros cometidos por mulheres que entraram em relacionamentos complicados. Tenho refletido sobre a condição da mulher... Infelizmente, o espetáculo e o circo estão novamente armados... Quais serão as vítimas de hoje? Serão todas as meninas, moças e mulheres injustiçadas com o nosso machismo naturalizado como NORMAL, pelo nosso moralismo religioso que não é - e nunca será - um instrumento do Reino de Deus para a libertação e emancipação feminina frente a opressão de um mundo (implícita e explicitamente) dominado por homens. Amo as mulheres não somente por causa da paridade dos gêneros, mas por sua dignidade como pessoa humana e sua liberdade adquirida e oferecida pela ação do Reino de Deus... Não deixe nem um outro império (da estética, da denominação religiosa, da instituição dos papéis sociais naturalizados, do sexo livre "escravizador" etc) DOMINAR você, mulher, "menina dos olhos de Deus"...
Pr. Marcos José Martins

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quem ama não domina: Serve!



‎"Quando duas pessoas se amam, elas não se submetem e não se dominam, apenas se completam." Autor Desconhecido

Comentando essa frase: Acho importante comentar essa frase, no viés cristão e da fé... O verdadeiro Amor de Deus não admite que ninguém domine ninguém... Até mesmo o Domínio Soberano de Deus não expropria o ser humano de escolher e seguir suas próprias decisões, sejam elas quaisquer que forem... O Domínio de Deus não está ligado ao modelo mimético do poder tão desejado pelos humanos... Poder de Deus não está baseado no domínio, mas no serviço abnegado do Reino de Deus. Alguns montam guetos, templos, missões, clubinhos sociais, vigílias e até mesmo, PASMEM, igrejas para impor domínio sobre um pequeno grupo de pessoas... Na verdade, todo o poder desejado por homens, instituições, missões, organizações, denominações eclesiásticas diversas correspondem, geralmente, a buscar do domínio pragmático de sistemas que lutam entre si para manter seu lugar ao sol, mas, paradigmaticamente se retroalimentam-se (comem no mesmo prato) das mesmas intenções e pretensões imperialistas. 

Quero salientar, o pensamento de meu amigo de ministério, 
Lawrence Maximo: “Pois eles querem indagar o próprio sistema que os criou, cuspindo no prato que comeu a anos, pois fazem questão de dizer que agora é diferente, mais seus corações estão poluídos com as mesmas asnices e desejos religiosos, pois agora são o centro e a solução de todas as coisas. Criatura imitando o Criador, usando os mesmos métodos medíocres e presunçosos, com receitas evangelicais com falso pragmatismo. E de praxe é claro, surgindo no Brasil novos irrefutáveis pastores Malafeias e Infelicianos, que usam esse veículo [internet] para degradar e extirpar o Amor e a Graça Redentora do Humilde Carpinteiro Jesus o Cristo”. 

Concordo plenamente com o Pr. Lawrence, visto que devemos anunciar e fazer brilhar o AMOR e a GRAÇA REDENTORA (não dominadora e nem dominante) do Humilde Carpinteiro Jesus o Cristo. Quando duas pessoas se amam, assim como Deus nos ama, mas não nos submete e nem nos domina, prontamente nos reconciliamos com ele, aceitando voluntariamente sermos dominados e nos submetemos à sua Soberana Vontade, seja em igrejas, em hospitais, no campo missionário e até mesmo, PASMEM, em denominações cristãs. (Ef. 4.11 ss; 1Co 12.1 ss). 

Parabéns para os verdadeiros homens e mulheres de Deus, que não dominam ninguém, mas ensinam que a verdade, o amor e a fé libertam e permitem que onde estiverem dois ou três reunidos em nome do humilde carpinteiro Jesus de Nazaré, o Cristo, possam ser NOVAS e DIFERENTES formas – mas, nunca as únicas – de comunidades de fé para transmitir o legítimo TESTEMUNHO da missão e da mensagem do Reino de Deus, em Cristo... Deus abençoe sempre os verdadeiros missionários em sua caminhada. 



Pr. Marcos José Martins

Engano: Sútil ferramenta da apostasia

‎"O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos" Salmos 101:7
Uma das maiores dificuldades das pessoas ficarem na Casa do SENHOR é o fato delas se enganarem quanto as suas limitações como seres humanos frente ao pecado... O problema não está necessariamente nas doutrinas, nos costumes, na disciplina religiosa ou na abstinência a qualquer ato pecaminoso... Está no fato de nossa consciência nos alertar que o que fazemos é e está errado... Nossa cabeça, nosso juízo; nossas atitudes (certas ou erradas), nossas recompensas!
Duas pessoas que não podemos enganar: 1) Deus e; 2) A nós mesmos. O pastor da sua Igreja não precisa ser enganado... ele é só mais um ser humano passível de erro... Sua esposa, esposo, filhos e filhas, pais não precisam saber: todos têm seus defeitos e problemas... Seus companheiros de firma, de ministério, de lazer, de estudo etc não precisam ser ludibriados, nada daquilo que você faça poderá mudar o fato que eles já erraram, estão errando ou poderão possivelmente errar... Mas, o que mais incomoda a Deus é o fato de que há cristãos e cristãs todos os dias rindo e zombando das misericórdias e desprezando as oportunidades que Ele, mediante sua insondável graça, amor e justiça* oferecem aos que dizem ser seus filhos e servos... Realmente, Cristo já dizia que "não podemos SERVIR a dois senhores... Ou amará a um e desprezará o outro... servirá um ou ao outro"... Quem é servo do Senhor é chamado de amigo e filho (Abba Pai)! Quem é servo do pecado (e suas estruturas viciadas e viciantes), do mundo (e seus modelos alienantes e modismos destrutivos) da carne (e suas concupiscências, desejos e paixões temporárias), da morte (e seus impulsos para realizar proezas anti-vida), do diabo (suas artimanhas, armadilhas e desculpas descaradas e mentirosas) e do inferno (e suas atrações abissais com cheiro de apostasia e rebelião generalizada) SÃO ESCRAVOS, e aprisionados aos seus caminhos mais tenebrosos...
Espero que aqueles que usam de engano não esqueçam: Um dia as oportunidades se acabarão, as misericórdias do Senhor - que não têm fim para os servos d'Ele - cessaram para os ESCRAVOS do PECADO e do DIABO e por fim... os próprios pés deles se desviaram definitivamente do aprisco do Senhor... Oro e intercedo para que não nos enganemos a nós mesmos e ao Deus Onisciente e Onipresente.

Reina Senhor! Reina entre os povos!
Por: Marcos José Martins
Pastor, Missionário-Capelão, Teólogo e Cientista da Religião

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sínodo Brasileiro





Por Pr. Lawrence Maximo

O Novo Testamento começa com Deus fora do Templo, e termina com Jesus fora da Igreja.
João Batista começa o seu ministério anunciando que era a voz daquele que clamava do deserto. E quem clamava do deserto era Deus.
Jesus, em sua última carta, está à porta da igreja em Laodicéia, na expectativa de alguém o ouça e lhe abra a porta de sua casa.
Isto significa que, desde o início, estamos a lutar pela Igreja.
É assim que vejo um esforço para que o Cristo não perca a esperança para com a Igreja que está no Brasil, como parece ter perdido com a que estava em Laodicéia.
O apóstolo Paulo disse que sofria o que restava dos sofrimentos de Cristo pela Igreja. Não se referia a qualquer participação no sacrifício vicário, mas, certamente, a essa postura desobediente que se manifestou em Laodicéia e na história da Igreja, de modo geral.
Teimosamente, a igreja Brasileira vem crescendo na ruptura, na divisão, no cisma.
A Igreja dos laodicenses estava encantada com o poder econômico, interpretando-o como benesse divina, enquanto o Senhor denunciava o seu isolamento.
A cada geração, parece que nos encantamos com algo, que acaba por nos apartar do Cristo, julgando estar sob suas bênçãos.
Fico admirado com certas igrejas e instituições que se dizem missionárias no Brasil, com as mesmas pretensões com as mesmas caras, tentando atribuir uma falsa solução para tais problemas, com seus espúrios e cargos que mais parecem vitalícios, seus próprios interesses egocêntricos, com um ingrediente enlatado de uma América Babilônica, representando os senhores “Nabuconodosor gospel do século XXI” do evangelho atroz degradado e mentiroso, cada vez mais levando e guiando muitos para essa grande asnice. Brasil mostra a sua cara para de hipocrisia, para de sacrifícios falsos. Uma igreja tão nova e tão suja, tão corrupta com suas imoralidades que plagiaram de Roma. Isso é para esses tais do nosso Salve, Salve Brasil.
"E por avareza farão de vós negócio..." (2 Pedro 2:3)




Sobre o autor do artigo:

Pastor e Missionário Lawrence Máximo Carvalho é
Graduado em Teologia, Pós-Graduado em Antropologia da Religião
Mestre em Teologia e em Missiologia
Presidente das Organizações Macedônia (FaTeoM & M.I.M.)
Articulista do Projeto Missões Transculturais do CIMA América Latina
Professor Universitário de Teologia e Missiologia

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Biografia de Marcos José Martins

Marcos José Martins, nascido em 26 de outubro de 1978 na cidade de São Bernardo do Campo, filho de Aparecida Martins e Manoel Fernandes, casado com Elizete de Sena e pai de Lucas Felipe e Lara Fabian é ministro do Evangelho, servindo como pastor o povo de Deus. Em 12 de outubro de 1991 articulou com alguns jovens cristãos de Diadema a fundação da Sociedade Aliança Cristã Cultural de São Paulo (Mensagem de Luz) que realizou até 2005 diversos eventos e atividades musicais, evangelísticas, socioculturais, desportivas e recreativas para a juventude do Grande ABCDMR e Zona Sul de SP. Também é articulista em várias áreas como escritor, poeta, músico, conferencista, palestrante, seminarista, professor de educação infantil, professor universitário e líder comunitário.

Marcos José Martins é graduado no curso superior de Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo (TCC: A dimensão escatológica da hinologia clássica pentecostal) e pós-graduado como Mestre em Ciências da Religião (Dissertação: Micro-redes de legitimação e solidariedade: A liderança de mulheres na periferia do poder clérigo-institucional das igrejas pentecostais clássicas na cidade de Diadema) pela mesma instituição, onde também desenvolve intenso trabalho de pesquisa sobre o Pentecostalismo e sobre a Mulher e a Sociedade. É professor de Teologia e atualmente leciona em alguns seminários e faculdades teológicas de Diadema e São Paulo nas áreas de Teologia Sistemática, Teologia Pastoral e Teologia e História (História do Cristianismo e do Pentecostalismo). Há mais de dois anos é Capelão Hospitalar, formando grupos de visitadores hospitalares leigos. Leciona diversas matérias para leigos em Cursos Livres em várias denominações evangélicas e pentecostais. É membro do RELEP (Rede Latino-Americana de Estudos Pentecostais), da SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências das Religiões), dos Grupos de Pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista (Gênero e Religião/ História e Narrativa da Experiência Religiosa) e da Instituição Missão na Pele (MIP). Coordenador pedagógico do Curso de Teologia EAD (à distância) da FaTEOM (Faculdade de Teologia Macedônia/ Paraná) e professor titular do Instituto Bereiano de Teologia em São Paulo, Faesp Diadema e EST Porta da Vida.

Marcos José Martins sempre teve uma vida eclesiástica intensa como líder e/ ou superintendente de adolescentes, de jovens, de homens e de oficiais/ obreiros e EBD, seja em estâncias local, intermediária ou geral. Secretariou departamentos de evangelismo, para promoção e integração dos novos convertidos, missões urbanas e projetos do 3º. Setor (ong’s). Foi membro da Igreja Assembléia de Deus em Ana Sofia de 1991 a 2011. Recentemente se desligou pacificamente desta denominação e iniciou com sua família e alguns amigos os trabalhos eclesiásticos da Igreja Aliança Cristã Congregacional do Brasil – Ministério de Missão Integral, que eles fundaram em Diadema/ SP, sendo ele o primeiro pastor da Igreja e o primeiro presidente do Colegiado de Ministros da denominação.

www.iaccb-congregacional.blogspot.com



www.iaccb-congregacional.blogspot.com

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Para Servir ao Deus Vivo necessitamos Ser uma Comunidade Viva

Meus amados irmãos... eu tenho me preocupado com o rumo que a missão urbana nos dias atuais, pois é uma missão paliativa despreocupada com a restauração e libertação integral das vidas! Necessitamos cobrar mais de nossas autoridades civis e eclesiásticas para que tomem atitudes frente a tremenda miséria que os bairros da periferia de suas cidades. A miséria não se resume somente às finanças, mas a distribuição de renda por parte do governo civil e, miséria espiritual e emocional que não é atendida pelas Igrejas de seus bairros, visto que todas igrejas que estão nos bairros não investem suas coletas e ofertas nos próprios bairros! As ofertas e dizimos migram para suas sedes eclesiásticas que não fazem essas ofertas retornarem para projetos missionários nos bairros onde estão suas congregações. Não há projetos missionários nem locais e nem regionais. As favelas e comunidades estão dominadas pelas drogas e pela sexualidade irresponsável, famílias destruídas e totalmente desestruturadas. Muitos projetos poderiam sim ser assumidos pelas igrejas. Basta cada igreja assumir sua região de trabalho em parceria com outras igrejas de seu bairro. Muitas barreiras espirituais serão quebradas se as barreiras institucionais forem superadas pelo Amor às almas e pela fé no Evangelho de Poder que gera vida! Todas as comunidades cristãs deveriam ser vivas! Comunidade Viva! Todas as comunidades devem refletir o organismo vivo que a Igreja é. Uma igreja que está num bairro e não articula nada além de seu culto, não pode se considerar como uma Comunidade Viva... Uma Comunidade Viva Vive porque serve ao Deus Vivo para resgatar vidas para o autor da Vida! [Não foi redundância... foi proposital tanta repetição].

Marcos José Martins
Missionário Urbano
Teólogo e Capelão

quarta-feira, 19 de maio de 2010

CRESCENDO EM GRAÇA E CONHECIMENTO

CRESCENDO EM GRAÇA E CONHECIMENTO

O escritor da Segunda Epístola de Pedro começa e termina sua narrativa teológica dessa maneira:

2 Pe. 1.1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, 2 graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
2 Pe. 3.17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; 18 antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.

Provavelmente essa epístola foi escrita para os novos judeus-cristãos na diáspora (dispersão). Os que estavam na dispersão precisavam compreender a essência da fé que fortalece mesmo em tribulações ou perseguições (Cf. 1Pe. 4.12 ss). A chamada para se manter firme na fé e na verdade, antes proclamada pelos servos de Deus, são os temas centrais da epístola (2 Pe. 1.12; 2.2, 21; 3.2). Outro subtema do livro é a relação entre o crescer na graça e o crescer no conhecimento, como uma busca pela experiência com Deus, mas também como um compreender o agir e o amor de Deus revelado em e por Jesus Cristo (2 Pe. 1.3, 8; 2.20-21; 3.18).

Esboço de Assuntos deste Seminário Temático:
1. Crescendo na Graça
1.1 Etimologia - Graça
1.2 Origens da Graça
1.3 Evidências da Graça
1.4 Possibilidades da graça em nós
2. Crescendo no Conhecimento
2.1 Etimologia - Conhecimento
2.2 Origens do conhecimento/ sabedoria
2.3 Conhecimento de Deus
2.4 O Conhecimento e os dons edificam o corpo de Cristo
Conclusão
1. CRESCENDO NA GRAÇA: O (a) cristão (ã) é como qualquer outro ser vivo que necessita crescer, precisa entender que ainda está se desenvolvendo. Uma das faces desse desenvolvimento é compreender o impacto da graça de Deus e de Jesus Cristo em nossas vidas.

1.1 Etimologia: A palavra graça (Caris = Charis) aparece 158 vezes no NT. Graça tem como sinônimo as palavras favor e generosidade e na sua forma pós-fixa surge o termo graciosidade. Graça não tem nada a ver com futilidade. Não é porque é Graça que precisa ter conotação de barata ou algo de pequeno valor.
1.2 Origens da Graça: Pedro chama os fiéis para que compreendam, pratiquem, se desenvolvam e vivam na/ pela e por graça. A graça é uma dádiva de Deus para toda a humanidade. Um presente dado para pessoas que não tinham méritos em si mesmas para recebê-la. A graça não é aceita sem o intermédio da fé, tipificada aqui como uma “mão” que recebe o presente ofertado (Ef. 2.8).
A humanidade procurou de toda a forma ofertar (por sacrifícios, oferendas e adoração) presentes para as divindades, no intuito de reconciliar, agradar ou apaziguar os “deuses”. Contudo, a graça de Deus é um presente do próprio Deus ofertado à humanidade, pelos méritos do próprio Deus revelados na encarnação do Cristo de Deus, a imagem divina impressa na humanidade de Jesus de Nazaré (Gl. 2.16; 1 Jo. 4.9 ss). O Deus-Pai é o Ser que emana graça (1 Pe. 5.10), o Deus-Espírito derrama e promove essa graça sobre os corações (Rm. 5.5; Gl. 4.6; Fp. 4.7; Zc. 12.10; Hb. 10.29) e o Deus-Filho é a encarnação e protótipo da graça de Deus revelada como verdade (Jo. 1.14) numa nova dispensação (Ef. 1.10; 3.2; Cl. 1.25). Parecer e ser semelhante a Cristo é viver o aspecto estético da graça. O Único Deus-Trino se revela pessoalmente como o autor, mantenedor e consumador da graça. Tudo feito por Ele, passa por nós, transcende, se inova e volta para Ele!

1.3 Evidências da Graça: A graça faz com que o (a) cristão (ã) repense sua vida e sua história como uma nova oportunidade para conhecer a Deus e viver seu amor! É uma oportunidade de ser salvo da corrupção que há no mundo. John Wesley afirmava que a graça de Deus é uma graça salvadora/ preventiva, denotando assim o aspecto soteriológico da graça, na teologia arminiana.[1] Todos (as) que estão cheios da graça, conseqüentemente demonstram essa posse legítima produzindo frutos de justiça, de pacificidade e de santificação (Rm. 6.22; Gl. 5.22; Fp. 1.11; Hb. 12.11-16; cf. Jo. 15.1-3). Paulo escrevendo aos crentes de Colossos (1.3-29) associa vários elementos ao desenvolvimento da graça em nós:
a) A graça e o testemunho da fé, para vivermos de forma digna para agradar a Deus (vs. 3-4, 10);
b) A graça, a esperança e verdade do evangelho (vs. 5-6);
c) A graça e os frutos produzidos e amadurecidos (v. 6, 10);
- O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança.
d) A graça e o entendimento da graça e da verdade (v. 6);
e) A graça e o amor no Espírito (v. 8);
f) A graça e o transbordamento do pleno conhecimento da vontade de Deus (v. 9, 10);
g) A graça, a sabedoria e a inteligência espiritual (v. 9);
h) A graça, o poder (para servir), a perseverança, a longanimidade e a alegria (v. 10-11);
i) A graça, a reconciliação e santificação (v. 22);
j) A graça, a permanência e a firmeza da fé (v. 23);
k) A graça e a perfeição cristã (v. 28).
l) A graça e o crescimento em ações de graças (cf. 2.7)

A graça de Cristo é acumulativa, expansiva e inclusiva. Tudo que recebemos – em prosperidade e espiritualidade no corpo de Cristo - é conseqüência da graça. A graça precisa ser difundida e distribuída gratuita e deliberadamente (Mt. 10.8; Rm. 3.24). Os que vivem a graça liberam perdão naturalmente, pois experimentaram o perdão dado por Deus através de Jesus Cristo. Esse é o aspecto ético da graça.
Mas, a graça também é validada pelo aspecto profético, quando ela repousa à sobra da cruz. Os outros aspectos da graça não seriam o que são sem o Evangelho da Cruz. Graça sem cruz torna o evangelho vazio de sentido, sem abnegação! Cruz sem a Graça nos faz retornar aos rudimentos sacrificiais da Lei e à lógica retribuitiva e meritória que ostenta a vaidade, o favoritismo e a acepção das pessoas. Cruz, Graça e Evangelho devem andar juntos para reforçar o Caráter Profético de uma Geração Cristã Saudável em todas as áreas da vida! A graça não pode ser barata e a cruz não pode ser negligenciada. A cruz pode estar vazia, mas nunca poderá ser esvaziada de seu sentido soteriológico, estético, ético e profético. Conferir Tabela abaixo:
ASPECTO
EFEITO
REFERÊNCIA
Soteriológico - Salvação
At 15.11; 2Tm 1.9 Tt 2.11; 3.5; Ef 2.8
Estético - Imagem de Deus
Rm. 8.29; Cl. 3.10; 1Ts 1.6; 2Co 3.18
Ético - Gratuidade distribuitiva
Mt. 10.8; 1Pe. 4.10
Profético - Anúncio e revelação
Mt. 10.38; 16.24; Gl. 5.11; Ef. 2.16; Cl. 1.20; 2.14

1.4 Possibilidades da graça em nós: Cristo é o nosso modelo para crescer em graça e conhecimento:
“Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele [...] E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas [...] E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”. (Lc. 2. 40 e 52)

Pensar Deus, que é a própria graça, o principio da sabedoria e o verbo eterno, cuja sua estatura está nas alturas excelsas (o Altissimo) e que abre mão de toda sua glória e se esvazia (ekenwsen = ekenosen) de todo o seu poder divino – na pessoa de seu Filho Unigenis (uion ton monogenh = uion ton monogenê) – para se tornar um ser humano (Fp. 2.5 ss; Jo. 1.1 ss), passível da aprendizagem didática da casa de seus pais, da sinagoga e da sociedade judaica nos dá os parâmetros possíveis para o crescimento.
Deus não precisaria crescer em graça, estatura e conhecimento, mas humilhou-se a si mesmo, na pessoa do Filho, na forma de servo e experimentou as mesmas fases de crescimento e amadurecimento intelectual, emocional e espiritual, humanamente falando.
Ao passar por tudo isso, Deus encarnado humano, provou-nos que é possível crescer e amadurecer como seres humanos e, consequentemente fazermos obras maiores que ele fez (Jo. 14.12). Se fez pecado, simples e fraco (Mt. 11.28-30; Rm. 8.13; Gl. 1.4; 2Co. 5.21) pela gratuidade do amor do Pai.
Muitos cristãos (ãs) ainda não comprendem que para experimentarmos a gratuidade do amor de Deus precisamos reconhecer que somos fracos e necessitados quando dependemos somente de nós mesmos ou somos escravos de nossas más escolhas.
Testemunhar a Graça não é só esperar ter uma vida de vitória e triunfalismo. O apóstolo Paulo testemunhou a graça, mesmo em momento de fraqueza e perseguição:

2Co. 12.7 E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. 8 Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. 9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.
[Cf. tb. Fp. 4.6-19; 2Co. 4.7-18].

Paulo, por fim, aconselha que além de crescer na graça, Timóteo deveria se fortalecer na graça (2 Tm. 2.1). Que a graça, maravilhosa graça, possa sempre superabundar em nós, não por causa da abundância de pecados, mas pela perseverança da fé e na maturação do fruto do Espirito Santo que opera em nós!
O crescimento é tanto possível como necessário.
2. CRESCENDO NO CONHECIMENTO: Enquanto a Vinda de Cristo não acontece, necessitamos crescer em tudo para chegarmos à estatura de homem/ mulher perfeito conforme a justa medida de Cristo (Ef. 4.13; 1 Co. 16.13). Crescer na graça, no conhecimento, na fé, na sabedoria e progredir nos dons inevitavelmente andam juntos (1Sm. 2.26; Pv. 1.5; Lc. 2.40, 52; 1Co. 14.12; Ef. 4.15; Cl. 1.10; 1Ts. 1.3; 4.1; 2Pe. 3.18).

2.1 Etimologia: A palavra conhecimento/ sabedoria (heb. יָדַע = Yada’; gr. gnosen = Gnósen ou Sofia = sofia) permeia praticamente todos os livros da Bíblia. Desde a árvore do conhecimento (Gn. 2.9) até o conhecimento do nome oculto do Messias (Ap. 19.12) na Vinda de sua Glória. A palavra pode ter sentidos diversos, mas os principais conceitos têm a ver com os verbos (e seus sinônimos) saber, conhecer, revelar algo oculto/ novo, instruir-se, perceber etc.

2.2 Origens do conhecimento/ sabedoria: Podemos destacar a sabedoria divina e a sabedoria humana. “E disse Deus”. O Verbo/ a palavra (דְבַר = Davar) é o principio da sabedoria (יָדַע = Yada”) divina.

O sábio do livro de Provérbios narra a trajetória da Sabedoria na eternidade, na história e sua habitação no ser humano (Pv. 8.1ss). Aliás, é no livro de Provérbios que mais se discursa sobre a origem, a trajetória e a finalidade da sabedoria/ conhecimento. A outra sabedoria é a humana. Esta provém da primeira, pois Deus doou à humanidade a capacidade de pensar, raciocinar e criar! A sabedoria humana pode estar em plena sintonia quando procura aprender com Deus, aprender de Deus e aprender coisas úteis para agradar a Deus e servir a si mesmo e – ao mesmo tempo – aos demais seres vivos que compõem a criação. A medicina, a história, a música, a metalurgia, a agricultura, a pecuária etc (Gn. 4.20-22) fazem parte da capacidade de criação do ser humano. Faz parte do acervo de conhecimento produzido, mantido e ampliado pela humanidade.
Ambas as sabedorias (divina e humana) podem trabalhar em conjunto! Contudo, a sabedoria humana é passageira, parcial e temporal e jamais poderá sobrepor a sabedoria divina. A sabedoria humana está sujeita aos seus caprichos, quando estiver fora dos parâmetros da sabedoria divina para o conhecimento do bem!

2.3 Conhecimento de Deus: Todos os escritores bíblicos sempre enfatizaram a necessidade dos homens conhecerem a Deus. Adão conhecia Deus face a face (Gn. 3.8, 9), Abraão foi chamado de amigo de Deus (Tg. 2.23), Moisés falava diretamente com Deus (Ex. 33.11), Enoque (Gn. 5.24) e Elias (2 Re. 2.11) andaram com Deus e Deus os tomou para si.

Os profetas Oséias, Isaías, e Jeremias criticaram veementemente os lideres políticos e religiosos e o povo de Israel-Judá porque não procuraram conhecer Deus e se desviaram do conhecimento da Sua vontade.
O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende [...] Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? (Is. 1.3; 29.15)

Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito [...] Deveras, o meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios e não inteligentes; são sábios para o mal e não sabem fazer o bem [...] Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor [...] curvam a língua, como se fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade, porque avançam de malícia em malícia e não me conhecem, diz o Senhor. (Jr. 2.8; 4.22; 8.7; 9.3)

Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus [...] O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os. 4.1, 6)
Os profetas Isaías e Jeremias chegam a revelar a arrogância do povo de Deus, cujo olhos, a boca, a mente (coração) e os ouvidos estavam longe do conhecimento sobre Deus.
Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo [...] Mas não atenderam, não inclinaram os ouvidos; antes, endureceram a cerviz, para não me ouvirem, para não receberem disciplina. (Is. 6.10; Jr. 17.23)

O profeta Oséias aconselha o povo de Deus para que o mesmo possa conhecer Deus:
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. (Os. 6.3)

Jesus ensinava por parábolas, mas os líderes e uma grande parcela das multidões que o ouvia não compreendiam e não entendiam, pois endureciam seus corações para não conhecerem a Deus.
[...] Os discípulos lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido [...] falo por parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. 14 De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías:
Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados. Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram. (Mt. 13.10-17)

2.4 O Conhecimento e os dons da Trindade edificam o corpo de Cristo: No Livro de Mateus (11.25-30) vemos “Jesus [...] louvando o Pai por ocultar essas coisas [do Reino] dos sábios... e revelá-las aos pequeninos”.[2]

Neste mesmo texto Jesus declara que conhece o Pai e que o Pai o conhece! Jesus é o único ser que conheceu o Pai, sua doutrina e sua vontade (Mt 6.10; Jo 4.34; 5.30; 6.38; 7.17-19; 8.19 ss; 17.25). Por isso, Deus agradou capitular n’ Ele todas as coisas, fazendo-O cabeça da criação [restituindo-o o poder sobre ela] e também da Igreja (Cl. 1.13-23. cf. vs. 17-18). Os apóstolos desejavam ardentemente que os cristãos conhecessem a vontade de Deus.
“Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação (1Pe 2.2)... [Mas] cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl. 2.8)... Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo (Gl 4.3). Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade que alguém vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido (Hb 5.12)... Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus ( Hb. 6.1)... Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lança em rosto; e ser-lhe-á dada (Tg. 1.5)”.


A Igreja recebeu gratuitamente - não por méritos[3] - os dons do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esses dons em conjunto e simetricamente devem edificar e fortalecer a Igreja em sua missão. É coerente pensar que Deus não se esqueceria de equipar e capacitar o seu povo com ministérios, habilidades, talentos e dons relacionados ao conhecimento, ensino, exortação e doutrinação da Igreja de Cristo. Paulo, pela inspiração do Espírito de Deus, desejava que os cristãos recebessem e progredissem nos dons da Trindade. Paulo classifica três dons do Espírito com a busca do conhecimento, entendimento, discernimento e sabedoria.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo [...] Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência (conhecimento) [...] o dom de discernir os espíritos [...] Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer [...] Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir [neles], para a edificação da igreja”. (1Co 12.4, 7-8, 10-11; Cf. tb. 1 Ts. 4.1)
Quando falamos dos dons do Pai encontramos os dons de Ensino e Exortação:
“tendes... diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; o que ensina esmere-se no fazê-lo; o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria [...] Torna-te, pessoalmente, exemplo de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito”. [...] “aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino”.
(Rm. 12.3, 6-8; 1Tm. 4.13 e Tt 2.7)

Nos dons ministeriais concedidos por Cristo encontramos o ofício de mestre:
apostolous [apóstolos = missionários], profhtas [profetas], euaggelistas [evangelistas], poimenas [pastores] e didaskalous [mestres/ doutores].[4] (Ef. 4.11)

apostolous [apóstolos = missionários], profhtas [profetas], e didaskalous [mestres/ doutores]. [5] (1Co 12.28)

Dons Espirituais, ministeriais e eclesiais (vocacionais) ► Conhecimento
Provém do:
Tipo de Dom:
Referências:
PAI
Ensino e Exortação
1Tm. 4.13; Tt. 2.7
FILHO
Docência e instrução
Ef. 4.11; Mt. 4.23; 7.29
ESPÍRITO
Sabedoria, conhecimento e discernimento
1Co 12.4, 7-8, 10-11

Apesar de muitos não gostarem, principalmente os que só vivem “o espiritual”, foi o próprio Cristo que elegeu quem deveria ensinar a Igreja pela letra e pelo Espírito. Claro que o conhecimento sem orientação do Espirito ensoberbece. Por isso, os fariseus foram duramente criticados por Jesus, pois conheciam a letra da Lei, mas não conheciam o Espírito que estava na origem da letra e da palavra e, portanto, não permitiam que o Espirito Santo vivificasse e renovasse o poder da palavra nas pessoas que a ouviam e nem facilitavam que o amor de Deus fosse revelado às essas pessoas (Mt. 15.1-19; 16.1-12; 19.3-12; 21.1-45; 23.2-39).
Paulo compreende que a Letra da Lei foi e é importante em si para o que ela propoe ensinar ou revelar o desejo de Deus quanto à Dispensação da Lei, mas o ministério do Espírito Santo – atuando agora na Dispensação da Graça – não somente superou o conhecimento da Letra da Lei escrita em tábuas de pedra como também proporcionou que nos tornassemos CARTAS VIVAS que revelam a nossa participação como ministros de uma nova aliança no conhecimento de Deus, não somente pela Letra da Palavra, mas pelo testemunho do Espírito que VIVIFICA.
“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito! (2Co 3.2-8)
Se não ficássemos repetindo versículos como simples platéia desatenta, mas lêssemos o contexto do versículo, veríamos claramente que Paulo não está falando da letra dos estudos, da teologia, das ciências exatas ou humanas, mas da Letra da Lei Mosaica escrita para orientar o povo de Israel, mas que em si revelava o ministério da morte (para os que desobedeciam a Lei).
As Escrituras na Plenitude da Graça devem revelar o ministério da Vida, cujo o Espírito Santo é mestre por excelência. Deus e sua Palavra não mudaram, mas quanto ao trato com os tempos e nas dispensações, a nova aliança veio para cumprir a Lei já escrita, não pela força estrita e intriseca da Lei, mas por Jesus Cristo, que pelo amor cumpriu toda a justiça (Gl. 5.23). Paulo mestre da Lei, discipulo de Gamaliel, conhecedor profundo dos ensinos e da doutrina dos fariseus, teólogo capacitado e apóstolo de Cristo (Rm. 11.1; Fp. 3.5,6) compreendia que o conhecimento sem amor é fútil e inútil para a edificação do Reino de Deus:
“No que se refere às coisas sacrificadas a ídolos, reconhecemos que todos somos senhores do saber. O saber ensoberbece, mas o amor edifica. Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele (e conhece sua vontade)”. (1Co. 8.1-4 ss)

O conhecimento humano e as ciências humanas, por sua vez, nem sempre podem entender ou conhecer as coisas espirituais. Somente quem recebe o Espírito de Deus e a mente de Cristo, entende e compreende as coisas do Espírito de Deus:
“Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”. (1Co 2.10-16)

Quem ensina deve compreender que será cobrado duas vezes mais. Tiago (3.1) recomendou aos cristãos que nem todos poderiam se tornar mestres: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres (gr. Didaskaloi = didáskaloi/ ensinador), sabendo que havemos de receber maior juízo”.

Caso ensinemos doutrinas e caminhos errados para o povo de Deus, até mesmo se esquecermos de avisar dos perigos que podem atingir os indoutos – omitir o ensino (Ez. 3.16-27), Deus nos cobrará.
“Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”. (Lc. 12.48)
3








Conclusão:

A palavra exortação (gr. nouqesia = nouthesia) significa, convidar a mente a refletir sobre o que é correto. Outro termo, mais usado por Paulo é paraklhsis (paráklesis), no sentido de consolar os ouvintes e convidá-los a colocar para fora o que não edifica. Paulo solicitava a Timóteo que exortasse a Igreja a se manter na fé e que ele, Timóteo deveria ser o exemplo dos fiéis.
“Ordena e ensina estas coisas. Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te exemplo dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes. [...] Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros. [...] Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus”.
(1Tm 4.11-16; 2Tm 2.1 e 2; 3.14-15)
Ninguém pode ter conhecimento de Deus se não conhece as Escrituras. Melhor ainda, se não conhece Jesus, o verdadeiro interprete e cumpridor das Escrituras:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior [...] Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão... correção... educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2Tm 2.15-16; 3.16-17)

A sabedoria e o conhecimento de Deus não podem e não devem trazer contenda, nem ressentimento e, menos ainda, dissensões na Igreja. Se cada um assumir verdadeiramente o dom de Deus concedido gratuitamente para a edificação do Corpo de Cristo, não alimentará a inveja e as lutas internas para provar quem pode mais na Igreja.
Tiago (3.13 ss) pode nos ajudar nisso:
“Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.”

Os que profetizam devem levar em alta consideração os que evangelizam. Os evangelistas devem cooperar constantemente com os que fazem missão. Os missionários e missionárias devem considerar a autoridade (não autoritarismo) de seus líderes e precisam colaborar com aqueles que legitimamente pastoreiam o rebanho de Deus em Cristo. Os pastores devem ter em alta estima os mestres e os doutores, não com honrarias fúteis, mas honrá-los duplicadamente pelo esmêro em ensinar:
“Os bispos sejam irrepreensíveis... apto para ensinar [...] Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”. (1Tm 3.2; 5.17)

Precisamos conhecer Deus, seja pela Letra e pelo Espírito, seja pela experiência e pelo Espírito ou pela revelação da Palavra e pelo Espírito. São três maneiras legitimas para conhecermos Deus, ou melhor, Deus se dá a conhecer por nós! Terminemos então com o cântico sacerdotal de Paulo:
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. (Cl. 3.16, 17)

Kurie Elehson! Criste Elehson!
[Senhor, Cristo tende misericórdia de nós]


Texto de Marcos José Martins
(Professor, Teólogo, Musicista, Escritor e Conferencista)
Notas Bibliográficas:
[1] A formulação da Teologia Arminiana surge quando Jacob Armínio (Tiago Arminio), grande teólogo calvinista, foi convidado a refutar os ensinos contra a doutrina da predestinação incondicional, sendo ele mesmo professor dessa matéria. Então, Armínio se convenceu de que a predestinação era restrita, sujeita não pela conformidade predeterminada e inquestionável da soberania de Deus, mas sujeita às escolhas humanas. O que está no centro da questão não é se Deus sabe ou se Deus não sabe quem será salvo ou condenado, mas que Deus em sua presciencia soberana indica pistas para que a humanidade possa se desviar da condenação, delegando aos seres humanos a capacidade de fazer as escolhas que poderão levá-los à salvação. O fato do ser humano ter capacidade de “livre-escolha” e “livre-juízo/arbítrio” para decidir denota o infinito amor de Deus e a infindável justiça divina em prol dos seres humanos. Conhecemos essa teologia pelo conceito de “Graça Previniente”. Realmente o ser humano não pode fazer nada para obter a salvação, mas pode trabalhar em sinergia com Deus, para aceitar a salvação, pela graça mediante a fé. Afirmar que somente alguns podem ser salvos e que Deus já havia predestinados outros para condenação é incompatível com o caráter de Deus, que é amoroso, compassivo, bom, justo e deseja que todos se salvem!
Conferir também em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arminianismo
[2] HAIGHT, Roger. Jesus, símbolo de Deus. São Paulo: Paulinas, 2003. 576 p. (p.205)
[3] A etimologia grega da palavra dom (gr. Carisma = Charisma), deriva da palavra graça (caris = Charis). O termo “graça” significa favor não merecido. O termo “dom” significa favor que alguém recebe sem qualquer mérito próprio (Strong: 5486). Qualquer cristão (ã) que julga ter dons espirituais porque “pagou o preço” para tê-lo, é arrogante e imaturo espiritualmente. Os dons são presentes de Deus para nós. Viver uma vida de consagração, oração e jejum não nos faz merecedores dos dons, mas nos ajudam a progredir neles, para a glória daquele que nos chamou e capacitou para andarmos em boas obras. Os frutos de justiça produzidos em parceria com o Espírito Santo nos faz ser cheios do Espírito Santo, mas é um esforço inútil se não compreendermos o princípio da Graça Salvadora.

[4] Bíblia Sagrada. Novo Testamento Interlinear Grego-Português. Barueri: SBB, 2007. 978 p. p. 719

[5] Id., ibid., 1995. p. 648
Bibliografia consultada e indicada:

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Manual da Harpa Cristã. São Paulo, CPAD, 1ª ed. 1999. 240 p.
Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada. SBB. 1999: 2005.
Biblia Hebraica Stuttgartensia. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1997. 1573 p.
Bíblia Sagrada. Novo Testamento Interlinear Grego-Português. Barueri: SBB, 2007. 978 p
GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do NT grego/português. (Trad. Julio Zabatiero). São Paulo: Edições Vida Nova. 228 p.
HINÁRIO. Harpa Cristã. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), 1981. 13ª. Edição. (Com música).
KIRST, Nelson; SCHWANTES, Milton (orgs.). Dicionário hebraico-português & aramaico-português. 21. ed. S. Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2008. 305 p.
TAYLOR, William Carey. Dicionário do Novo Testamento grego. 10. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. 247 p.

Outras fontes bibliográficas:

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arminianismo